Controle Biológico
O Controle biológico consiste na utilização de um organismo vivo (animal, inseto, fungo, bactéria, vírus, etc.) para a regulação populacional de outro organismo vivo que esteja causando danos numa cultura de interesse econômico.
A broca-da-cana é a principal praga da cana-de-açúcar, conhecida por causar prejuízos diretos e indiretos à cana.
Como prejuízos têm-se: perda de peso do colmo devido ao mau desenvolvimento das plantas atacadas, secamento dos ponteiros, enraizamento aéreo, brotação lateral, morte de algumas plantas, quebra do colmo na região da galeria e redução da quantidade de caldo, entrada de fungos que causam a podridão-de-fusarium e a podridão-vermelha, responsáveis pela inversão e perda de sacarose no colmo.
Uma das melhores formas para o controle da broca da cana-de-açúcar é o Controle Biológico. Neste caso, o agente biológico é uma vespa – Cotesia flavipes – que ataca a broca ainda na fase de lagarta. A vespa se alimenta das reservas (gordura) da broca, enfraquecendo-a e levando-a a morte.
Vantagens do Controle Biológico:
- Não há impacto ambiental;
- Em termos econômicos mostra-se muito mais viável;
- Não há perigo para a saúde do trabalhador rural.
Produção e liberação da Cotésia:
Como a cotésia é um parasita da lagarta da broca, primeiramente deve-se produzir a praga (lagarta da broca), para que a partir desta, a vespa (cotésia) possa se alimentar e gerar novos indivíduos na lavoura de cana-de-açúcar.
A vespinha consegue localizar as lagartas por meio do odor liberado pelas fezes no interior do colmo da cana parasitando-as em seguida. A liberação deve ser feita sempre que a população atingir o mínimo de 800 a 1000 lagartas/ha (1 a 1,5 lagartas/10 m amostrados). Entretanto, a quantidade de vespas a ser liberada é variável de acordo com o nível populacional da praga.
Relação de Liberação:
- 1 copo contém 30 massas;
- 1 massa contém 50 indivíduos de cotésia;
- 1 copo contém 1.500 indivíduos de cotésia;
- Em 1 hectare de cana são liberados 4 copos ou 6 mil indivíduos de cotésia;
- Em 1 mês são produzidos 23 mil copos para liberação em 5.800 hectares de cana.